quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O hospício



O hospício


Estava naquela clinica há seis anos e já vira de tudo, absolutamente tudo, idosos com demência, psicóticos, esquizofrênicos, histéricas, bipolares, depressivos, e simplesmente loucos, muitos loucos, sem diagnóstico, sem perspectivas, sem parentes, sem nada, esquecidos, largados, abandonados. O que nunca vira foi alguém sair de lá e recompor sua vida, se tornar “normal”.

Será o hospício um meio ou um fim?


[Mente Hiperativa]

10 comentários:

  1. pois eh ....sentidos e ....nao sentidos da loucuraaa....

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  2. Um vez tu me perguntou se existe mesmo esse negócio de ser louco. Aí eu te pergunte: existe mesmo isso de ser normal? O mundo é um grande sanatórias, sem gente estável. É cada um com suas instabilidades e distúrbios, complexos e manias. Isso é ser louco, mas se tornou ser normal. Enfim, isso é ser humano, eu acho.

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  3. eu acho um absurdo acabarem com o hospicio tem certos doentes mental ki nao tem familia pra onde vao? ficar perambulando pelas ruas? Meu Deus so quem tem problema mentais sabe como é dificil! o Manicomios tem ki continuar sim! o governo deveria investir e fazer mais manicomios publicos!

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    1. O Retardado (a) por que em vez de manicomios não fazer abrigos ou algo do tipo? aaah vai se fuder, você NUNCA ficou lá dentro para saber como é lá e NÃO SABE COMO É A VIDA LÁ DENTRO, NÃO SABE O SOFRIMENTO, NÃO SABE DA PRISÃO QUE É LÁ DENTRO, ENTÃO FAZ O FAVOR DE CORTAR ESSES SEUS MALDITOS DEDOS E PARAR DE DIGITAR BOSTA SEU FILHO DA PUTA, VOCÊ NÃO MEREÇE VIVER SEU MALDITO (A)

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    2. Caro anônimo, provavelmente você é um leigo e nunca entrou num manicômio, desconhece as condições DEShumanas a que são submetidas essas pessoas.

      Hoje em dia há o movimento antimanicomial, que promove o fim dessas prisões que encarceram as pessoas e as fazem piorar ainda mais de seus males mentais, isolando-as de qualquer convívio social.

      Em troca eles propõem um tratamento mais humano. A ideia é que o paciente seja tratado nos centros de atenção psicossocial (CAPS), e depois retornem às suas casas, para viverem com suas famílias, as quais também recebem apoio desses centros para aprenderem a lidar com as dificuldades de ter um parente com transtornos mentais. O paciente deve se manter inserido num contexto social, ter obrigações, rotina, uma vida normal, e aprender a lidar com suas limitações, sem que isso implique no comprometimento de suas habilidades.

      Então esse é o conceito atual mais valorizado, do tratamento que não enclausura nem esconde, mas que socializa e promove o bem-estar do indivíduo portador de transtorno mental. E nos casos em que ele não tem família, ou que a família o abandonou por não saber lidar com a situação, há abrigos que tentam aproximar-se à realidade de um lar coletivo. Claro que estes não existem em todas as cidades, por isso alguns manicômios ainda se mantêm como uma forma de manter os casos remanescentes que não tem pra onde ir. Porém os novos casos são tomados de acordo com essa nova conduta, tratados no CAPS e enviados pra casa com sua família, de modo que num futuro (espero que próximo) não teremos portadores de transtornos mentais sem família que precisem ser escondidos, dopados e mal-tratados em instituições extremamente insalubres, chamadas manicômios.

      Abraço

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  4. Mente hiperativa, falas de uma utopia. Trabalho em um CAPS e o que se vê é uma maquiagem dos hospícios. Apesar da lei, e como outras tantas, as extensas internaões, o abandono das famílias e o descaso por parte do governo e de alguns profissionais ainda é ROTINA. Não concorda? CAPS SANTA LUZIA MG

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    1. Lidar com saúde mental é sempre difícil, ainda mais no nosso país diante de tanto descaso com a saúde, desvios, roubalheira e falta de infraestrutura.

      Eu vejo o movimento anti-manicomial como um avanço significativo na mentalidade da sociedade, sei que o CAPS não é o paraíso, talvez nunca seja, mas encontro bons motivos pra ver que é melhor do que os antigos hospícios.

      Sendo assim, acho que ainda vamos levar algum tempo pra que a realidade ao menos tangencie a nossa utopia. Mas nesse tempo não estaremos de braços cruzados aguardando que tudo mude sozinho, precisamos nos empenhar e fazer alguma coisa. Estudo medicina e quero fazer a minha parte pra melhoria da sociedade, vou ganhar bem pra isso, mas poderia ganhar e esquecer o meu papel social ou poderia ter optado por outra profissão menos trabalhosa. Além disso, sou um dos organizadores de uma ONG em Recife que visa promover ações sociais e despertar as pessoas para o seu potencial de melhorar o mundo.

      Eu sei que é difícil, eu sei que nem sempre é tudo colorido e animador, mas temos que nos mexer e transformar a sociedade, ainda que lentamente.

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  5. Estou a procura do meu pai,colocou a filha no hospicio:Gleici Simões Silva procurar seu pai

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  6. Essa imagem me faz lembra de um documentário de 2011 chamado: Passageiros Da Segunda Classe Direção de Waldir Pina, Kim-Ir-Sem e Luiz Eduardo Jorge.

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