Farei minha galáxia Índigo fundir-se à tua, Fúscia, num choque perfeitamente inelástico. Criaremos assim uma cor inédita, cheia de luz-própria, união de nossas essências. E te provarei que a teoria dos universos paralelos é pura balela científica. Cruzaremos nossas dimensões numa equação de solução X, sendo tal incógnita o incontável conjunto de números reais: racionais ou irracionais - assim como eu e você. Afinal somos tão primitivos em se tratando de algarismos. E sentimentos ímpares.
Então, logo que transpusermos a barreira do tempo e do espaço, seremos uma sintonia transbordante de ignorância e amor, desconhecedores de qualquer lei (humana) da física clássica ou moderna. Despidos de qualquer consciência matemática navegaremos além do mar cartesiano de certezas pragmáticas e prepotência humana. Não precisamos disso, afinal o amor desconhece e não se submete a quaisquer regras numéricas.
Assim será, quando meu corpo largado encontrar o teu no vácuo das idéias, onde somente a luz poderá nos conduzir, perdidos, um ao outro. E quanto às partículas subatômicas que por ventura o nosso enlace possa arrancar, falta alguma farão ao espaço sideral. Até mesmo ele sobreviverá à nossa sede de engolir inteiro um ao outro, como faria um buraco negro a um organismo espacial qualquer. Somente o amor é verdadeiramente infinito.
[Mente Hiperativa]