terça-feira, 2 de julho de 2013

Uni-versos




Uni-versos

Joguei meu corpo celeste no colosso imaterial do espaço, em meio a cometas, meteoros, poeira cósmica. Vago pela imensidão desconhecida de puro vácuo e escuro sem fim, mas sigo firme a procura de outra dimensão infinita que me caiba por inteiro. E se consentirem as estrelas, posso até me mudar para o seu universo em expansão. Dependerá apenas de Marte, se Vênus assim quiser.

Farei minha galáxia Índigo fundir-se à tua, Fúscia, num choque perfeitamente inelástico. Criaremos assim uma cor inédita, cheia de luz-própria, união de nossas essências. E te provarei que a teoria dos universos paralelos é pura balela científica. Cruzaremos nossas dimensões numa equação de solução X, sendo tal incógnita o incontável conjunto de números reais: racionais ou irracionais - assim como eu e você. Afinal somos tão primitivos em se tratando de algarismos. E sentimentos ímpares.

Então, logo que transpusermos a barreira do tempo e do espaço, seremos uma sintonia transbordante de ignorância e amor, desconhecedores de qualquer lei (humana) da física clássica ou moderna. Despidos de qualquer consciência matemática navegaremos além do mar cartesiano de certezas pragmáticas e prepotência humana. Não precisamos disso, afinal o amor desconhece e não se submete a quaisquer regras numéricas.

Assim será, quando meu corpo largado encontrar o teu  no vácuo das idéias, onde somente a luz poderá nos conduzir, perdidos, um ao outro. E quanto às partículas subatômicas que por ventura o nosso enlace possa arrancar, falta alguma farão ao espaço sideral. Até mesmo ele sobreviverá à nossa sede de engolir inteiro um ao outro, como faria um buraco negro a um organismo espacial qualquer. Somente o amor é verdadeiramente infinito.

[Mente Hiperativa]