sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O que te prende?


O que te prende?

Já parou pra pensar o que te prende? O que te impede de alçar voo pra longe e abandonar tudo e todos? Pense naquilo que é importante na sua vida e que não te permite ir embora, aquilo que te faz bem, que você tem medo de perder ou viver sem.

Às vezes sinto vontade de deixar tudo, mas imediatamente algumas pessoas e situações me vem à mente e sou impedido de abandoná-los, é o amor. Não seria capaz de deixar meu mundo pois aqui tenho felicidade, sou amado, amo, sou feliz, me sinto seguro. Não é puramente comodismo, talvez seja um pouco, porém há outros fatores mais fortes que me seguram aqui.

O que te prende? Dinheiro, comodidade, sentimentos, medos, pessoas, situações? O que te impede de voar pra longe? Já pensou nisso? Pense agora.

[Mente Hiperativa]

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

AUTISMO - o impressionante caso de CARLY FLEISCHMANN


AUTISMO - o impressionante caso de CARLY FLEISCHMANN

Conheci a história de Carly Fleischmann ao ler o livro "Autismo - não espere, aja logo!" e fiquei completamente admirado, bestificado, sem palavras. Eu pude ver os olhos tristes dela ao dizer certas coisas, pude imaginar parte - e não me atrevo a dizer 'tudo' - que ela sente, a rejeição, a estranheza das pessoas, a carência, a vontade de ser como os outros.

Já é o sexto livro que leio sobre autismo e de todos eles esse foi o que mais me emocionou, pois diferente da maioria que é escrito por profissionais da área (psiquiatras, neurologistas, psicólogos...) esse foi escrito por um pai. O destaque que dou a esse livro não é por conter mais informações nem informações mais valiosas, mas pela maneira como o assunto é abordado, bem mais sentimental e menos profissional, o autor não escreve com termos técnicos nem linguagem 'fria' e científica, o autismo aqui não é um capítulo de psiquiatria, mas um capítulo de sua vida. O Paiva Júnior descobre que seu filho é autista, ele não estudou tal transtorno na faculdade, a vida lhe impôs tal estudo na prática. Além disso, a narração não é em terceira pessoa como se o indivíduo autista fosse o outro, ele fala como se fosse parte dele, e de fato é uma situação que ele vive todos os dias, todas as horas do dia, não é como um médico ou psicólogo que analisa um caso clínico com o devido distanciamento profissional e esse é o diferencial da obra.

Não quero com isso tirar o merecimento dos outros livros, inclusive acho que pra ler esse é preciso ter lido algum mais técnico antes pra se familiarizar com os sintomas, conhecer um pouco do tratamento e o caminho pelo qual o autismo se conduz. E então, quando souber alguma coisa sobre o assunto, leia esse livro, e não apenas dominará tecnicamente o transtorno como também sentirá um pouco do que sente alguém que tem um filho (ou parente) autista. É uma leitura emocionante.

Mas voltando à história de Carly Fleischmann -a quem dirijo a postagem - ela foi diagnosticada com autismo grave e retardo mental severo, mas acabou contrariando todas as expectativas médicas e intrigando a ciência ao mostrar uma evolução inesperada. Quero compartilhar a história dela pra mostrar que o conhecimento da ciência é ínfimo, não sabemos de NADA, tudo que conhecemos é pouquíssimo e que ainda temos MUITO a aprender sobre a mente e seu funcionamento.

Carly foi diagnosticada na infância com autismo severo e retardo mental grave, apresentou comprometimento motor com atraso de funções básicas como sentar e andar, manifestação de movimentos constantes e repetitivos, não desenvolveu a fala. Com um diagnóstico tão sombrio ninguém esperava uma que um dia Carly pudesse levar uma vida 'normal', os progressos eram mínimos e todos pareciam se conformar com a sua situação; seus pais, no entanto, nunca desistiram da filha e jamais perderam a esperança e a força necessária pra lutar pelo bem-estar da pequena Carly.

O tempo passou e aos 11 anos, sem nunca ter sido ensinada a ler ou escrever, muito menos a usar o computador Carly se aproximou dele e digitou as palavras DOR e AJUDA, em seguida correu para o banheiro e vomitou. Aquilo foi incrível, afinal até então ela era tida como deficiente mental, incapaz, desconectada do mundo, e de repente ela mostra que está plenamente ligada em tudo que se passa, que domina a linguagem, que sente da mesma forma que nós e sabe se expressar. Foi uma surpresa muito boa, tão boa que o pai de Carly colocou em xeque o diagnóstico de retardo mental severo; uma das terapeutas inclusive chegou a dizer que tal atitude sugeria que havia muito mais coisas se passando na cabeça de Carly além do que poderiam supor até então.

Depois disso os pais passaram a estimulá-la a escrever, mas ela resistiu a comunicar-se novamente, tentaram por meses, inclusive submetendo seus pedidos ao ato dela digitar no computador. Um dia, porém, ela resolveu desabafar seus sentimentos e acabou revelando uma enorme capacidade de articular ideias, mostrou que tem entendimento de sua condição, que sente o mundo ao seu redor, que sabe onde está, com quem e o que faz. Foi uma revelação e tanto. Segue alguns de seus dizeres:

"Sou autista, mas isso não me define. Conheça-me antes d eme julgar."

"Se eu não bater a cabeça parece que eu vou explodir, eu tento não fazê-lo mas não é como apertar um botão."

"Eu sei o que é certo e o que é errado, mas é como se eu lutasse contra o meu cérebro o tempo todo."

"Eu queria ir à escola como uma criança normal, mas não quero que fiquem com medo de mim quando eu bater na mesa ou gritar."

"As pessoas pensam que sou burra porque não sei falar."

Essa última frase foi a que mais me marcou, mostra um pouco do estigma que ela carrega e fica bastante claro o quanto ela sofre com a subestimação, com a indiferença, com o desprezo, com o preconceito e desinformação das pessoas que a rodeiam.

Diante disso tudo, os médicos reconsideraram o diagnóstico de retardo mental severo. E eu me atrevo a mais, eu questiono o esteriótipo que é colocado aos autistas, dizem que são desconectados, aluados, incapazes, deficientes, antissociais, lerdos, loucos e tantas outras coisas. Será mesmo que são isso tudo? De fato eles têm um funcionamento cerebral atípico, mas isso não os torna inferiores. O autista tem muito a nos ensinar, basta querermos aprender, podemos nos envolver e conhecer o seu mundo ao invés de apenas querer trazê-lo ao nosso. Burro são os que não conseguem enxergar isso como uma oportunidade de aprendizado e aceitação das diferenças.

A história completa de Carly Fleischmann: http://www.vocesabia.net/saude/autismo-o-caso-impressionante-de-carly-fleischmann/

[Mente Hiperativa]

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Escuridão


Escuridão

Descobri um novo mundo, apaguei a luz e multipliquei o valor de cada toque, ampliei a sensibilidade da minha pele, meus dedos passaram a ser a chave para sentir nessa nova dimensão. O seco, o molhado, o quente, o úmido, cada toque projeta um calafrio, um alisado, uma mordida, a saliva que pinta o corpo com cores  que não posso ver. Sinto agora coisas que antes não eram possíveis, percebo com mais astúcia o que meu olhar precocemente revelava, de olhos fechados posso explorar mais profundamente a realidade que me cerca. No escuro existe um novo mundo, mais rico, mais interessante e bem mais extenso do que minha visão pode proporcionar. Assim me debruço nas novas possibilidades que a negritude oferece, me aproveito disso tudo e me sinto um turista perdido na escuridão. E como é bom perder-me.

[Mente Hiperativa]

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Adeus, filho perfeito


Adeus, filho perfeito

Saiu do consultório médico decepcionado com o diagnóstico que recebera do filho. E agora, o que diria aos amigos? Como aceitar que o filho não era Perfeito como sempre sonhou? Por tanto tempo alimentou expectativas de que poderia levar o filho ao treino de futebol, queria ensiná-lo a surfar, comprar bateria e guitarra para que ele pudesse formar uma banda com os amigos, quem sabe até ensaiar na garagem de casa a despeito das reclamações da vizinhança. Amigos? Será que o filho seria capaz de fazê-los depois dessa notícia? Não tinha mais certeza de nada, e seus sonhos caíram por terra.

Sentiu-se perdido, perdido e triste, como poderia concretizar tantos sonhos diante de um diagnóstico severo como esse? Autista??? Esse médico não devia saber o que estava falando... Na hora pensou até em processá-lo, depois desistiu e pegou o carro, saiu sem rumo, queria espairecer, esquecer que esse dia aconteceu e acreditar que tudo não passava de loucura da cabeça do médico. No dia seguinte, mais calmo, tomou uma importante decisão: procuraria outro médico, e outro, e outro, até que algum deles atestasse a normalidade do filho. Foi uma verdadeira peregrinação, mas as respostas eram sempre as mesmas e nenhum falou aquilo que ele queria ouvir.

Ele não aceitou fácil, mas o filho era sim diferente; nem melhor, nem pior, apenas diferente. Bastava observar aquele pequeno por alguns instantes pra notar que interagia com o mundo de uma forma toda peculiar. Mas ainda assim ele transmitia vida nos seus olhos, pois ao contrário do que muitos ainda pensam o autista não é morto por dentro, não tem um olhar vago e movimentos vazios e repetitivos, ele vive, sorri, cria laços e afeto.

Mesmo diante disso tudo o pobre pai apenas pensava numa maneira de levar adiante todos aqueles sonhos que construiu em torno do filho Perfeito. Entretanto eu lhe pergunto, porque não levar adiante os tais sonhos? O fato de ser uma criança diferente não o torna incapaz, porém o preconceito poderá sim torná-lo um inútil, inclusive pode privá-lo de ser feliz. Se a criança é diferente ele poderá te oferecer uma nova forma de enxergar o mundo, ele tem talentos que podem ser diferentes dos talentos da maioria e certamente te deixarão surpreso.

O pai demorou a aceitar, mas passado o primeiro momento de susto ele procurou se informar sobre o autismo e descobriu que não é o fim do mundo. Depois disso, alimentado pela esperança de ver o filho bem, ele prosseguiu pela enorme caminhada que o espera pela frente, árdua e recompensadora, que lhe trará como troféu um filho atleta, músico, surfista, sociável, com boas notas e o mais importante de tudo, Feliz. 

Nenhum filho nasce perfeito, assim como ninguém é super-herói antes de ser pai. Esses conceitos são construídos com luta e merecimento; então será melhor desistir dos sonhos ou continuar a percorrê-los?

[Mente Hiperativa]

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

3 Anos de Mente Hiperativa


3 Anos de Mente Hiperativa

Parece que foi ontem que tive a ideia (e a coragem) de criar um blog. Digo coragem porque não é fácil se dedicar a escrever, sobretudo não é fácil expor seus pontos de vista na rede sabendo que todo tipo de gente poderá ler. No começo me senti bastante inseguro, com medo de não saber escrever direito, de não conseguir agradar e principalmente de não ter assunto pra alimentar o blog com frequência. Antes disso eu nunca tinha cultivado o hábito de escrever, não fiz nem faço o curso de letras ou jornalismo, então tudo o que sei - se é que sei alguma coisa - aprendi na prática, escrevendo e escrevendo, errando, corrigindo, publicando, dando a cara a tapa, enfim.

Depois de um tempo, muito trabalho e alguns elogios, acabei me convencendo de que eu escrevia razoavelmente e constatei isso ao ler as postagens antigas e perceber o quanto me aprimorei, era indiscutível o meu crescimento. Mas depois de superar essas dificuldades iniciais, outras surgiram, passei a ansiar por comentários, precisava deles e os utilizava como um termômetro do blog, queria saber o que os leitores pensavam sobre o que eu escrevia, necessitava que me dissessem se tinham gostado ou não, se houve alguma identificação, se lhes serviu de alguma ajuda. Depois tive medo de me tornar vaidoso em excesso.

Hoje me sinto seguro ao escrever, não me considero um escritor, apenas alguém que aprendeu a usar as palavras pra desabafar sobre os próprios conflitos e talvez até ajudar os outros. Nesses três anos derramei muito sangue e lágrimas através de minhas palavras, foram tantas angústias antes sufocadas que agora puderam ser expressas em textos, alegrias, exaltações, pedidos de desculpas que nunca chegaram aos ouvidos de quem devia, mas puderam escapar da minha boca através dos meus dedos, agradecimentos, saudades, ódio, incompreensão, tudo que eu senti eu pude expressar aqui nesse espaço.

Fiz amigos também, estreitei laços com alguns leitores, trocamos ideias mais íntimas, conversamos com frequência; alguns desses conheci pessoalmente, outros mesmo sem ter visto já moram no meu coração. Já recebi emails e comentários de pessoas que se identificaram profundamente com algum texto, que viveram algo parecido, e muitas pessoas disseram que se sentiram confortadas ao saber que não estão sós, souberam de alguma forma aproveitar minhas palavras pra lidar com determinada situação. Isso é tão prazeroso, me sinto tão bem, tão útil, tão leve. Até diminui minha dor.

Quero agradecer a todos que participam desse projeto comigo, aos que comentam, criticam, seguem e aos que apenas leem, silenciosamente, as minhas postagens. Fiquem sabendo que esse blog só deu certo porque não estou sozinho, tenho o estímulo e a participação de vocês.

Com relação ao futuro meu plano é continuar escrevendo mais e mais, colocar pra fora de forma organizada boa parte do que se passa na minha mente hiperativa, problemas, soluções, conflitos, ideias, emoções. Vou seguir com o projeto adiante e quem sabe um dia ele se torne um livro. Já recebi essa sugestão de alguns leitores-amigos, levei muito tempo pra aceitá-la e me sentir pronto pra isso. Agora só falta organizar as ideias. Sendo assim, o blog continuará como sempre foi, meu refúgio sagrado, secreto, que não sinto necessidade de estampar em outdoors pela cidade ou nos murais do facebook, não tenho a pretensão de transformá-lo num contador de visitas e comentários, quero que seja esse espaço que exponho ideias e ouço opiniões, o lugar de poucos e fiéis amigos-seguidores.

Lembro com carinho da primeira postagem ainda no blog original que um dia foi tirado do ar, fiquei muito triste nesse dia, porém essa situação propiciou a criação desse novo blog que não deixa de ser uma continuação repaginada do bom e velho MH.


Nota: como presente de aniversário estou aceitando comentários, fiquem à vontade e sintam-se em casa, sempre.

[Mente Hiperativa]

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Quero mais verde!


Quero mais verde!

E de repente o mesmo banquete de sempre já não enche a minha barriga, o meu objeto de desejo já não me satisfaz como antes; parece que a fonte [de prazer] secou e o que antes agradava, hoje não tem mais tanta importância. Me pergunto se TUDO mudou ou apenas EU mudei? Às vezes sinto um desânimo sem motivo, uma apatia, um desprezo com relação ao mundo e aos mundanos... Nessas horas penso na vida e vejo que sou um pouco zumbi, movido por desejos que não são mais meus, me forçando a lutar por causas que não são minhas, seguindo uma vida que não me pertence mais. E onde estou eu no meio disso tudo?

Definitivamente é hora de mudar os rumos!

Tento entender o que se passa comigo, tento juntar as peças desse enorme quebra-cabeça chamado vida e procuro encontrar alguma imagem que faça sentido no meio de tantos pensamentos e ideias, tantas informações bombardeadas no dia-a-dia, permissões, proibições, notícias, medos, reviravoltas, sentimentos, angústia desconhecidas, críticas sociais, pressões de consumo, sonhos bizarros e Freudianamente inexplicáveis. Diante de tanta confusão procuro pensar quem eu sou, e esquecer quem estou sendo. Enquanto isso no meu peito há um enorme buraco, e o quanto de coisa será que cabe nesse imenso vazio?

À cada dia me rebelo mais e amadureço. Não quero mais o que outrora quis, me enchi disso tudo, larguei o que não sou. É hora de fazer mais uma faxina geral na vida, cortar o que não sou e deixar crescer o que for naturalmente eu. Quero ser mais VERDE, quero ser mais EU, e ser feliz sem ter que agir conforme as massas, conforme os outros, da maneira que a mídia e a sociedade querem que eu seja. Preciso ME perguntar antes de tudo se tal atitude ou comportamento me agrada, se esse sou eu, e depois seguir em frente ou dobrar à esquerda. Não quero ser uma obra dos outros, que sofre pra se encaixar num modelo e depois sofre por não se sentir confortável no mesmo modelo, afinal ninguém cabe perfeitamente numa fôrma.


[Mente Hiperativa]

domingo, 16 de setembro de 2012

Comece


Comece

Amanhã é segunda-feira

comece uma nova dieta

inscreva-se na natação

corra na praia no fim da tarde

compre sapatos novos

ou gravatas novas

assista menos televisão

leia mais

escreva um verso por dia

contemple a natureza

ouça o silêncio

admire-se no espelho

paquere pessoas desconhecidas

beije mais

ame

ligue para aquele amigo sumido

tome um café na lanchonete da esquina

e olhe ao seu redor

enxergue um novo mundo

se dê novas oportunidades

ande por novos caminhos

abandone o carro

e vá a pé

ou pegue carona com aquele colega distante

estreite laços

converse mais

faça novos amigos

jogue fora o que não presta

doe o que não usa mais

abra espaço para coisas novas

no armário e na vida

amanhã é segunda-feira

que tal começar algo novo?

[Mente Hiperativa]


sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Mudando os ares


Mudando os ares

Eu queria sair daqui, não pra fugir dos meus problemas, pois já entendi que não posso fazê-lo. Meu desejo era apenas mudar os ares, conhecer novos lugares, novas pessoas, afastar-me do meu mundo, tão pequeno. E assim eu fui, de malas prontas cheias de entusiasmo e alegria, passei um tempo fora, e foi uma experiência reveladora. No novo mundo eu não descobri nada que mudasse minha vida, mas nele eu pude enxergar de longe a minha realidade, pude enxergar o que de perto eu não consegui ver.

Viajei pra esquecer de tudo, e acabei entendendo o que eu queria esquecer.

[Mente Hiperativa]

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Amor indigesto



Amor indigesto

Acordei com fome, muita fome, peguei os melhores ingredientes para preparar um prato de AMOR. Eu sei que amor não enche barriga, mas eu estava com desejo de comê-lo. Fiquei salivando só em pensar naquele amor bem temperado, picante e assado; reguei-o no vinho e rapidamente o coloquei no forno pré-aquecido.

Em meia hora estava pronto o amor e antes que desse tempo de aprontar a mesa, eu já tinha devorado tudo. Talvez eu tenha comido muito rápido, ou o meu estômago não tenha aceitado-o bem, de uma forma ou de outra corri ao banheiro, coloquei o dedo na garganta e vomitei o amor. Ele não me fez bem, eu precisava pôr pra fora. Confesso que sempre faço isso, não é novidade pra mim. É difícil admitir, mas talvez eu sofra de bulimia amorosa.

[Mente Hiperativa]

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Feridas da infância


Feridas da infância

Quando eu era criança fui machucado, não no corpo, mas na mente. Eu sofri, chorei, calei. O tempo passou, tornei-me adulto e pensei que as feridas haviam fechado. Ledo engano... A criança que um dia sofreu ainda permanece dentro de mim e cada vez que eu - agora adulto - entro em contato com a mesma situação que causou esse trauma, a criança indefesa e confusa se põe a chorar.

Isso explica bastante coisa, agora entendo porque em certos momentos não consigo agir, me sinto engessado, fica difícil fazer qualquer coisa por mais simples que seja. Eu como adulto conseguiria resolver, porém nesses momentos a criança é chamada e traz consigo toda a memória dolorosa que viveu, resgata todo o estresse e o instala no eu-adulto. Então, o adulto fica sem saber o que fazer e a criança dentro dele apenas sofre, calada.

Antes eu não tinha esse entendimento acerca dos meus medos e bloqueios, mas de agora em diante devo me esforçar para aprender a cuidar dessa criança que vive dentro de mim. Sendo assim tenho que explicá-la que o eu-adulto deve tomar frente diante desses eventos traumáticos, preciso proteger a criança e deixar que o adulto enfrente seus medos de forma racional.

[Mente Hiperativa]

sábado, 1 de setembro de 2012

Inversão de pólos


Inversão de pólos

O homem sendo algoz é algo absurdo, a mulher virando a mesa é um ato de bravura; o homem que manda em casa é opressor, a mulher dando as ordens é uma revolucionária; o homem que bate é covarde, a mulher que agride é justiceira; o homem que humilha é linchado, a mulher que manda é aclamada.

O machismo é errado, o feminismo é correto; condena-se um, mas aplaude-se o outro. Porquê?

[Mente Hiperativa]