domingo, 8 de maio de 2011

Paranóia


Paranóia

A noite chegou e tudo estava calmo, calmo demais. Toda essa calmaria inquietou aquela senhora. Como podia estar tudo tão pacato se no noticiário ela viu toda aquela violência, balas perdidas, assassinatos, assaltos e agressões gratuitas?

E nos jornais, ela leu que o país estava passando por uma seca agressiva na região sul, e também enchentes, no outro extremo, no norte. Havia tsunamis devastando países inteiros, também terremotos e furacões. Calamidade pública. Talvez até o princípio do 'fim dos tempos'...
Na sua casa, no entanto, reinava a paz absoluta. E isso a deixava inquieta, desconfiada. Alguma coisa estava errada, só podia ser... Não havia outra explicação para tamanha incongruência.

Ela corre até a janela, espia pela brecha da cortina, nenhum assaltante à mão armada, nem sinal de alagamento ou arrastão. Muito estranho, pensa ela, calada e contemplativa. Ela estava sempre angustiada, com medo que a qualquer momento a violência batesse à porta.

Eis que de repente a campainha toca, ela dá um pulo de susto e vai correndo abrir a porta, quase enfarta achando que era a dona violência, aquela dos noticiários, mas era só o porteiro entregando a correspondência do dia.
Nota: O ministério da Mente Hiperativa adverte: assistir diariamente aos noticiários sem a devida dosagem crítica pode levar à paranóia.

[Mente Hiperativa]

2 comentários:

  1. Genial seu post.

    Parece coluna de profissional que escreve pra jornal ou revista. ;)

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  2. Ver tv demais dá nisso mesmo,mas que a violência vem tomando proporções gigantescas isso é verdade.Mas, com certeza não podemos levar tudo ao pé da letra.Como diz a música dos titãs "é que a televisão me deixou burro muito burro demais agora vivo dentro dessa jaula junto com animais..."
    Beijosss

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