terça-feira, 5 de julho de 2011

Trocando de papel - o louco e o são


Trocando de papel

No começo o achava estranho, chamava-o por "doidinhho". "Como pode ser tão maluco?", "não tem um pingo de juízo", pensava ele a respeito do doidinho.

Com o tempo foi se aproximando e procurando entender a loucura do amigo doidinho. Aquilo tornou-se motivo de graça, ser louco parecia tão divertido que ele às vezes 'dava uma de louco' também.

E assim ele foi perdendo aquele medo inicial da loucura, foi aceitando-a como algo natural até que de tanto fingir e admirar o doidinho ele acabou louco como o tal amigo. Hoje é ELE que é encarado com estranhamento pelas pessoas 'NORMAIS'.

"Como pode ser tão maluco?", "não tem um pingo de juízo", comentam as pessoas a seu respeito, a respeito dele que de tanto procurar entender a loucura acabou ficando louco também.

E seu amigo, o doidinho, esse se curou, e hoje trata do amigo que enlouqueceu por admirá-lo muito de perto. O doidinho era louco, talvez ainda seja embora disfarce bem, mas seu amigo, coitado, é um doido varrido daqueles que depois de descoberto não tem mais remédio.

Nota: A loucura é implacável.

[Mente Hiperativa]

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