quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O amor não manda currículo


O amor não manda currículo

Acho graça quando algum amigo me diz que procura encontrar a muher perfeita, recatada, de bom caráter, humilde, bonita, religiosa, serena e boa dona-de-casa. E além de tudo isso ele ainda quer que ela lhe desperte o verdadeiro amor. Eu também tenho pena delas, afinal é muita responsabilidade pra uma pessoa só.

Então eu penso, e se por acaso esse sujeito encontrasse essa mulher 'dos sonhos' e não sentisse amor algum por ela? O que fazer? E se sentisse amor por uma que é o avesso desses padrões que ele próprio estabeleceu como sendo primordiais? Por acaso o coração segue as nossas vontades e planos? Ele obedece alguma regra racional?

Eu vejo como uma grande ilusão tentar unir o amor com padrões rígidos pré-estabelecidos; é preciso escolher um ou outro, ou então administrar os possíveis ajustes com flexibilidade. Mesmo assim tem gente que pensa que pode criar o amor, moldá-lo de acordo com sua vontade. Eles fazem assim, primeiro procuram a mulher ideal, aquela "recatada, de bom caráter, humilde, bonita, religiosa, serena e boa dona-de-casa..." Depois eles a pedem em namoro, noivam, casam e esperam o amor surgir na relação dos dois. Será que o amor surge de acordo com a nossa vontade? Ou será que estão confunfindo bem-querer e companheirismo com amor verdadeiro?

Acho que confundem, até porque é claro que dá pra se viver bem com uma pessoa a qual você se se identifica, que compartilha de mesmos pontos de vista e condutas, mas isso não é amor, talvez um amor fraterno, mas não é aquele amor que nos deixa de perna bamba, amor-paixão, carnal, espiritual, amor de dois... Estão confundindo bem-querer e companheirismo com o verdadeiro amor, estão se iludindo, se enganando, vivendo uma relação morna, aguada, com medo de encarar o verdadeiro amor de frente só por que ele não é prefeito, não preenche uma lista de requisitos idiotas.

Por isso que ainda tem gente que não entende como alguém se apaixona por um bandido, por uma viciada em heroína ou por alguém de mau-caráter, essas pessoas que não entendem não sabem o que é o amor verdadeiro, elas pensam que primeiro precisamos estabelecer padrões e encontrar A pessoa ideal pra somente depois permitir que se desenvolva o amor, cultivar o amor, criá-lo como se ele fosse um bichinho de estimação ou uma samambaia pendurada numa caqueira na varanda da sala.

O amor é como um filho, por acaso as pessoas vão no berçário e escolhem o bebê mais gordinho, calmo e bonito pra levarem pra casa? Ou pegam o SEU bebê do jeito que for, prematuro, chorão, albino, e aprendem a administrar as diferenças dando-lhe amor de uma forma ou de outra? Então o amor é assim, ele cai nos seus braços e você tem que cuidar dele, então se uma pessoa se apaixonou por um bandido, por uma viciada em heroína ou por alguém de mau-caráter foi porque sentiu o amor verdadeiro e correu atrás dele sem se importar com pré-requisitos ou padrões. O amor vem sempre em primeiro lugar.

O que EU não entendo é como uma pessoa escolhe o amor como quem seleciona currículos, parece até um processo de seleção, por exemplo: "aquela é pervertida, tá fora, aquela outra fuma, odeio mulher que fuma, então não vou poder amá-la, aquela até que é educada e humilde, mas é feia, a mulher que eu vou amar vai ter que ser bonita, aquela ali eu nem olho pois não é da mesma igreja que eu." ISSO é que eu não entendo, por acaso você procura o amor, o amor verdadeiro, ou está selecionando currículos pra o cargo de gerente de seu coração? Quer o amor ou quer um bibelô pra colocar na estante e receber elogios dos amigos e parentes? E seu filho, vai escolher o mais grodinho e calmo? E se vier chorão e desnutrido? Vai trocá-lo por outro? Vai criar o outro como se fosse seu e fingir que vive feliz, acomodado?

E se um "analistas de currículo" desses que descrevi descobrir que o amor da sua vida não é exatamente daquele jeito que sempre sonhou? Vai preencher a vaga com outra que responda às suas expectativas e levar adiante como se por acaso companheirismo e bem-querer fossem AMOR de verdade? Ou vai enfrentar o desafio e se lixar pra as regras e normas que estabeleceu? Amor não se cria nem se fabrica, nem se vende nas lojas de conveniência ou supermercados.

Será que estamos prontos pra encarar o verdadeiro amor? Ou ainda estamos analisando os melhores currículos?

[Mente Hiperativa]

6 comentários:

  1. Adorável post.
    Muito bom ter passado por aqui
    nessa primeira quarta feita
    de agosto...
    te espero la no meu canto..
    Bjins entre sonhos e delírios

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  2. Oi,MH!O amor não dá para ser programado mesmo,mas alguns quesitos e alguns pontos em comum são básicos porque aquela cosias de os opostos se atraem a mim não convence não.
    Beijosss

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  3. 1º- Não credito em verdadeiro amor (o que é isso?)
    2º- Se você deixa só o coração decidir, você tem grandes possibilidades de se ferrar.
    3º- Idealizar alguém para amar , não é pecado.
    4º- Apesar de tudo, amar continua valendo a pena.
    Bjux

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  4. Depende muito de quem procura esse "AMOR"
    Acho que a gente não escolhe quando ama, a agente ama porque ama e pronto! Talvez porque aquela pessoa de alguma forma tenha algo que nos chame atenção...Mas quando essa procura está muito fixada em critérios místicos e inatingíveis, custo dizer que esse alguém não sera capaz de amar. O SEGREDO não é encontrar a pessoa perfeita, mas tentar SER esse alguém para aquele(a) que se ama!

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  5. O amor não manda currículo, concordo!! mas ele envolve sentimentos (que torna as pessoas únicas) e porque não algumas idealizações. Realmente é bem + fácil conviver fraternalmente com uma espécie de extensão do próprio "eu" que escolhemos amar. Ouvir um eu te amo, só pq vc gabaritou a listinha, é bem complexo isso... Esse AMOR que não escolhemos seria um amor incondicional?
    bj

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  6. Penso diferente, o amor deve começar na oração, a buscar a direção e os planos de Deus.Todos nós temos nossas indiferenças, existe pessoas que gosta de pele clara outros de pele negra, outros de gordo, outros de magro..etc. A parte fisica atrai, porém devemos olhar os nossos valores.Não sou a favor do preconceito, agora imagina o cara se apaixona por uma mulher que o enganou durante um tempo e depois ele descobre que ela é prostituta, ou a mulher namora um cara a 2 anos depois quando se revela descobre que ele é casado?Deve continuar a relação porque gosta? Não é só de emoção que se vive a vida. Devemos primeiro buscar em Deus, observar os valores e nos envolver, corre o risco de não dar certo mas a possibilidade é minima.Quanto ao sentimento o amor vem de Deus e se realmente você busca nele, jamais ele colocaria alguém no seu caminho que não lhe fizesse feliz.
    abraço

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