quinta-feira, 1 de março de 2012

Separando os meus problemas dos problemas dos outros


Separando os meus problemas dos problemas dos outros

Eu sempre achei que tinha mais problemas do que todo mundo, até que um dia eu percebi que assimilava os problemas de quem amava e tomava-os como meus também. Eu me cobrava solução dos problemas deles, me sentia culpado por não resolvê-los, sempre fui assim, sempre me exigi demais. E como demorei a entender que o problema dos outros é dos outros, ainda que sejam meus amados. Mas agora eu sei que o fato de não poder resolver seus problemas não diminui o amor que sinto por eles.

Hoje eu me policio diariamente pra não me envolver demais, pra não me cobrar soluções que não me cabem, me controlo pra não assimilar mais problemas além dos que eu já tenho. E assim me torno um pouco mais frio, insensível e indiferente. Não sei ainda se isso é bom ou ruim, se me torna mais maduro ou mais egoísta, mais feliz ou mais triste. Só sei que por hora sinto um pouco mais de paz de espírito. É como se livrar de um imenso peso, alivia.

Não está sendo fácil ser assim dessa nova maneira, às vezes eu não me reconheço agindo tão friamente e me importando tão pouco com os outros, às vezes tento me convencer de que é melhor assim, sem ter certeza alguma do que digo. Às vezes me eximo de qualquer responsabilidade do problema do outro, e após algumas palavras duras eu desligo o telefone e me arrependo de ter tratado tão mal alguém que eu amo. Mas resisto em ser do 'velho' jeito novamente, porque cansei, preciso de um tempo só pra mim. Tenho certeza de que os outros vão saber se virar sem minha ajuda, resta saber se eu vou saber me virar sem os problemas deles.

[Mente Hiperativa]

5 comentários:

  1. Como isso aqui está colorido e lindo...
    Abçs!

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  2. "resta saber se eu vou saber me virar sem os problemas deles."

    Adorei esse seu ultimo questinamento, muito analítico....

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  3. Sei lá, ainda perco muito tempo pensando no melhor jeito de desatar laços exagerados com as pessoas. Até superestimo isso de ser frio e indiferente, seria se pudesse, mas fico na dúvida de até onde esse pode ser o "melhor caminho". Que você quer separar os problemas alheios dos seu, ótimo e certo, é a melhor coisa. Mas ser indiferente... é difícil, por a indiferença pode não interferir só nisso, ela pode interferir na tua forma de também sentir pelos outros. É boa como mecanismo de defesa, mas é uma ameaça para o "sentir".

    Sorte, amigo.
    Abração.

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  4. “O problema só é meu se eu der causa”!

    O "problema" dos problemas é que as pessoas imaturas (emocional ou psicologicamente). Confundem o desconforto de não ter a solução imediata do problema (gerando um subproblema) com o problema em si e então buscam solução imediata nos outros, (como a criança que corre pra mamãe quando erra ou está com medo) mas nem sempre os outros têm a disposição ou a qualificação para solucionar o problema original (situacional) ou nem conseguem detectar o subproblema (emocional) e por terem ou criarem laços afetivos assimilam o problema alheio o sente como seu e se consome em pensamentos e angústias para resolver o problema.

    O problema situacional do outro deve ser resolvido pelo outro, pois ele foi quem gerou deu a causa, se ele arrumou o problema ele que resolva, porém isso não o impede de pedir ajuda para ampliar seu julgamento e campo de ação, mas ajuda no sentido de consultoria qualificada, como um conselho, uma orientação, pois no final a decisão de seguir tal conselho ou sugestão será somente dele. Se um cano estoura na minha casa eu chamo o encanador que é especialista em resolver problemas de encanamentos, se eu quebro uma perna eu vou ao hospital e não numa oficina mecânica...

    O subproblema é uma reação emocional ao problema situacional, ou seja como nos sentimos em relação a dado problema, apreensivos, ansiosos, com medo, seguro, confiantes, certos da resolução do mesmo. Nesse tido de problema para não o tornarmos nosso, devemos ter empatia ou compreensão para entender ou detectar o teor emocional do outro, sem contanto nos envolvermos principalmente nas emoções negativas, mas devemos manter nossa postura calma e imparcial para assim estarmos qualificados a ajudá-lo no sentido de fomentar sentimentos ou emoções positivas como a manter a calma, a confiança na resolução dos problemas.

    Cícero Silva

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  5. Muito interessante seu texto. Não pensava que a decisão que tomei ha 10 anos atrás, hoje me deixaria com duvidas. Fiz exatamente isso me desliguei dos problemas dos outros porque me dei conta que me traziam mais problemas do que eu ja tinha e eram muitos. Me taxaram de egoista sem sentimento uma pessoa seca e dura. Nada disso é verdade. As pessoas só ficam felizes quando consegue envolver os outros num problema que cabe a ela resolver. Percebi que o conselho que a gente dá ninguém segue. Hoje escuto me compadeco sou amiga na hora q precisa mais só na hora. Não participo de dramas barracos e nem de fofocas. Nao fico pensando me preocupando mais. So o normal. Ai me vejo tão isolada.. Não sozinha...e vejo uma paz... e percebo que ninguem me incomoda mais. E olhando bem por mais que falte um pouco de fervo na vida chego a conclusão que isso é otimo. Vou continuar assim.

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