sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Vá se tratar, seu louco!


Vá se tratar, seu louco!


Lucila gosta de apreciar o cheiro de anjo que vez por outra “brota”, segundo ela, do teto de seu quarto e cai em sua cama como uma chuva de plumas. Andréa costuma passar o sábado à tarde conversando com seu avô e outras pessoas mortas enquanto toma café no terraço do antigo casarão da família. Os gêmeos Cláudio e Manoel mantêm seus objetos enfileirados e paralelos afim de evitar qualquer tipo de acidente ou situação de risco com os familiares; haviam descoberto logo na infância essa incrível capacidade de protegê-los. Quando uma abelha ou borboleta entra em seu apartamento, George se coloca em posição de meditação e repete o mantra sagrado da cabra-das-montanhas, pois acredita estar recebendo a visita da divindade em seu humilde lar.

Doutor Gregório não concebe que essas pessoas ajam de forma tão louca e permaneçam "soltas" por aí. Sua vontade é internar todos eles e submetê-los a um tratamento severo até pararem de fazer coisas estranhas. Particularmente, não estou bem certo quanto o diagnóstico... talvez seja loucura mesmo, ou apenas falta de imaginação e criatividade, mas de qualquer forma o Dr Gregório precisa se tratar com urgência!

[Mente Hiperativa]

6 comentários:

  1. A imaginação é o elemento estimulador da criatividade e esta por sua vez é a mola propulsora que nos leva a uma maneira de melhorar o que já existe, quando digo o que existe, não me refiro apenas a coisas mas também contextos no qual por vezes estamos inseridos.

    ResponderExcluir
  2. Onde que clica pra enviar isso pr'o meu médico? Hahahahahahha muito bom, os títulos dos teus textos sempre pregando peças.

    Abraço e essas coisas.

    ResponderExcluir
  3. Optei por esse título pra quebrar a linha de raciocínio daqueles que chamam de louco qualquer um que se desvie do padrão e logo impõem um tratamento compulsório. Acredito que todos têm algum tipo de mania ou costume que seria facilmente mal-interpretado como loucura, contudo não é por isso que precisam mudar pra serem felizes.

    O tratamento deve ser direcionado, sobretudo, ao sofrimento da alma. Caso o indivíduo sinta que algo lhe causa dor ou atrapalha sua vida cotidiana, ou até se essa queixa partir de pessoas próximas como familiares, é papel do médico determinar JUNTO AO PACIENTE a melhor forma de resolver essa questão, sem jamais impor.

    Abraço

    ResponderExcluir
  4. Muito bom! "Salve os loucos, salve os loucos! Nova dimensão de quem não tem razão pra ser normal, sou débil mental". Me lembrou esse vídeo, vê vai, vou cobrar, hein?... rs...

    http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=dCEzk18dgOI

    ResponderExcluir
  5. Sem boas doses de loucura, a gente piraria!
    O texto já tá na minha lista para o livro que mostra minha futura seleção: "Os melhores contos de Ricardo Senna"! :P

    ResponderExcluir

Deixe sua opinião: