sábado, 8 de outubro de 2011

Aborto: falem, homens!


Aborto: falem, homens!

Nos protestos, nas paralisações, segurando cartazes, gritando, sempre estão elas, as mulheres, à frente da luta pela legalização do aborto, essa luta que é genuinamente feminina. Mas e os homens, o que tem a ver com isso? Por que eles se mantêm calados diante da discussão, apenas expectando?

Será que eles não tem nada a ver com a história?

Bem, é evidente que a mulher carrega no próprio corpo todo o peso de gerar uma criança, isso é óbvio, mas quem de fato contribuiu pra existência daquele 'serzinho' não foi apenas ela, foi ela e um homem. Sendo assim, em tese, os dois deveriam dividir a responsabilidade daquela vida que está se encaminhando.

Também não quero dizer nas próximas linhas que tanto homem quanto mulher experienciam o aborto da mesma forma, claro que não, mas o que eu penso é que a questão envolve os dois e pra mulher, inclusive, seria melhor ter alguém pra dividir o peso e a angústia de uma decisão tamanha como essa. Eu sou radicalmente contra o aborto, mas infelizmente não posso impor meu ponto de vista; espero ao menos que as mulheres tenham a sensatez de relatar ao pai da criança sua condição de gestante e que juntos ambos decidam o que fazer.

Não quero ser utópico muito menos chauvinista de pensar que todo homem assume o filho com muito prazer, que todo homem gosta de saber que engravidou a namorada ou uma mulher qualquer que viu uma vez na vida e transou depois da festa. Eu sei que não é assim, sei que muitos não querem nem saber, mas de uma forma ou de outra cabe aos dois a responsabilidade em relação ao filho e AMBOS devem ter o cuidado de não acontecer esse "imprevisto". E cá entre nós, há INÚMEROS métodos, desde a simples camisinha até o outro extremo da laqueadura/vasectomia. Eu sei que é praxe o que vou dizer, mas excluindo os casos de estupro/sexo não consentido: "só tem filho quem quer, quem se permite ter".

Muitas mulheres encaram a gravidez como sendo uma questão somente delas, como se o homem não tivesse opinião. Então se a mulher se diz soberana sobre o próprio corpo (e é desde muito tempo, pois conquistou sua soberania a muito custo), ela deveria cuidar-se mais, preservar-se a ponto de evitar uma possível gravidez indesejada, e também um aborto ilegal que poderia pôr fim à própria vida dela.

O aborto hoje, clandestino que é, mata muitas mulheres que acham que é simples assim: "se engravidar eu vou ali na esquina e tiro". Não é simples assim. A droga que se usa pra causar o aborto, o cytotec, não foi feita com essa finalidade e por isso mesmo pode trazer repercussões indesejadas; na maioria das vezes, horas após o abortemaneto, causa hemorragias incontroláveis que podem facilmente levar a gestante a óbito. Isso sem falar nas infecções e nos traumas, além de possível risco de infertilidade.

Diante dessas condições insalubres as quais são feitos os abortamentos clandestinos, qual a sollução que as mulheres encontraram? Legalizar o aborto. Legalizar o aborto apenas melhoraria as condições médicas e contribuiria para a saúde da mulher, mas e da saúde e VIDA do concepto quem cuida? Aliás, quem defende seu direito à vida?

Além de crime, o aborto do ponto de vista médico -e também religioso, moral, social- foge à ética, nenhum ser humano tem o direito de tirar a vida de outro, ainda mais se esse outro for um incauto, incapaz de se defender. Isso é pura covardia, é se sentir DEUS. Então só porque aquela vida está sendo gerada no ventre de uma mulher, isso lhe dá o direito de ceifá-la precocemente? Ainda mais sem que seu parceiro, amante, marido ou namorado sequer saiba que um dia foi pai?

E, por favor, sem essa de "não vou colocar mais uma criança no mundo pra passar fome", muitas das mulheres que abortam têm condições financeiras de criar um filho, e ainda que não tivessem poderiam trabalhar pra fazê-lo, e que bom se o pai ajudar a sustentar essa criança (pois também é obrigação dele), mas se ele não o faz por bem pode fazêlo por mal, através da nossa lerda justiça. Ou seja, há solução para os problemas financeiros, só não há solução para o egoísmo, egocentrismo e falta de amor pra dar.

Eu continuo pensando que as mulheres que não tem condições de ter um filho, seja condições econômicas, sociais ou psicológicas, deveriam criar meios de evitá-los, afinal custou-lhe tanto tempo e luta para que pudessem conquistar a emancipação com relação aos homens que deveriam aproveitar os benefícios que suas antepassadas lhe deixaram. E se ainda assim engravidarem, administrem as consequências, pelo menos por nove meses, e se não quiserem a criança que entregue-a ao pai, à avó, à adoção, à quem for. Mas não mate ela porque ela não tem culpa do descuido dos pais.

Como se vê existem diversas possibilidades para as mães que não quererm criar os filhos, mas parece que é mais fácil matá-lo no ventre e posar de boa moça para a sociedade do que encará-la como sendo a mãe que abandonou o filho.

E por fim, acho muita hipocrisia as mulheres que pintam de diabo o homem que manda a namorada abortar, mas que se sentem no direito de abortar sem que ele nem saiba da existência do seu filho. Onde foi parar a coerência?

E que fique bem claro:
"A maior causa do aborto não é a falta de condições, é a falta de amor."


LINK:

Segue uma sugestão a quem interessar ouvir o depoimento de uma mulher que optou pelo aborto, ela fala detalhadamente sobre tudo que ocorreu, o risco, as sequelas, os procedimentos e tudo que se passou na sua cabeça. É longo mas é muito interessante, eu li e recomendo.

http://cytotec.blogspot.com/



Nota: Homens, precisamos deixar de ser meros expectadores da questão do aborto, precisamos nos posicionar diante desse assunto que sim, nos envolve.


[Mente Hiperativa]

3 comentários:

  1. realmente a posição dos homens sobre o tema ainda é bastante passiva, penso que está enraizada na concepção de que " os filhos sao responsabilidade da mulher"....
    mas uma frase sua eu discordo "só tem filho quem quer, quem se permite ter".;....Vivo no interior e ja atendi diversas jovens gestantes sem qualqer tipo de informação, debate sobre o tema e que por erros considerados absurdos engravidaram . ex: acreditar q primeira vez nao engravida...esses "mitos" q muitos dizem ser da carochinha mas que ainda existem .....

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  2. sou afavor do aborto mas somente em ultimo caso. eu apoio que o governo e as politicas publicas vigentes invistam em educaçao sexual de qualidade, pois nao basta so distribuir é preciso informar e promover reflexoes sobre sexualidade, desejo, controle de natalidade associado a qualidade de vida

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  3. Bravo, excelente comentário.
    Nós precisamos realmente lutar mais contra o aborto, isso é papel de toda a sociedade.

    Abs

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