Em casa tinha medo de ficar só, mais medo ainda de ficar só com outra pessoa estranha, precisava ser alguém de sua confiança.
Nunca gostou de animais, tinha medo do veneno das cobras, das mordidas dos cães, dos chifres das vacas e das unhas dos gatos.
Bichos sempre lhe causavam medo, baratas, aranhas, escorpiões, ratos, abelhas e até lagartixas, ela não queria vê-los por perto.
Quando chovia tinha medo das árvores caírem, de faltar energia elétrica, de raios atingirem sua casa, de alagamentos ocorrerem na cidade.
Na adolescência não curtia balada, tinha medo de ser violentada, de que colocássem drogas na sua bebida, de não ser tirada pra dançar.
Não quis engravidar, tinha medo da dor do parto, de sofrer um aborto, de desmaiar na sala de cirurgia, de ter um filho especial.
Sempre evitou a altura com medo de cair, também lugares fechados com medo de lhe faltar ar, e tinha medo de passar mal em meio à multidão.
Numa madrugada qualquer ela levantou-se pra beber água, acendeu a luz com medo de tropeçar em algum móvel, e foi até a cozinha. Pegou o copo d'água, bebia vagarosamente quando se engasgou,
e ficou vermelha,
e ficou roxa,
e ficou azul....
E morreu.
De medo.
[Mente Hiperativa]
hehehe... Gostei!
ResponderExcluirPutz! muito legal.
ResponderExcluirUm abraço
Uma caricatura do ser humano atual.Somos assim todos temos medo, uns mais outros mesno,mas vivemos com medo..
ResponderExcluirBeijosss
o medo sempre tem seu lugar em nós,mas com níveis;d
ResponderExcluir