Hoje em dia eu não sou mais aquela pequena rã, minha casca engrossou, de modo que me assemelho mais a um enorme jacaré. Agora eu não tenho medo do vento, nem do sol, muito menos das palavras duras e ofensivas, tiro isso tudo de letra; também não preciso mais me esconder nas sombras, dou a cara a tapa. Hoje eu posso sair da beira do lago e me aventurar por terrra firme sem receio do perigo, me mantenho íntegro porque não me deixo abater por qualquer coisa boba. Hoje não é qualquer palavra que me ofende.
Às vezes tenho quase certeza de que realmente me tornei um jacaré, mas nessa horas me vem uma vontade de coachar à beira do rio, ao luar... Um lapso de sensibilidade.
É verdade que já fui uma rã, hoje sou um jacaré, mas no meu íntimo guardei ainda um quê de rã. Por trás dessa boca enorme cheia de dentes eu ainda escondo alguma fragilidade, que só mostro quando me convém. Essa sensibilidade Latente mantém viva dentro de mim a rã que um dia eu fui e que hoje se esconde atrás de uma pele grossa e impermeável, a qual me protege do mundo e das pedras que tentam atirar em mim.
Diante disso ainda fico em dúvida, será que virei mesmo um jacaré (com um resquício de rã) ou não passo de uma rã em pele de jacaré?
Nota: Lembrei dessa música, A rã, de João Donato:
A Rã - João Donato
Coro de cor
Sombra de som de cor
De mal me quer
De mal me quer de bem
De bem me diz
De me dizendo assim
Serei feliz
Serei feliz de flor
De flor em flor
De samba em samba em som
De vai e vem
De verde verde ver
Pé de capim
Bico de pena pio
De bem te vi
Amanhecendo assim
Perto de mim
Perto da claridade
Da manhã
A grama a lama tudo
É minha irmã
A rama o sapo o salto
De uma rã
[Mente Hiperativa]
A vida nos leva a metamorfoses, como meio de sobrevivência.
ResponderExcluire segundo charles Darwin... não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.
ResponderExcluirBeijo.