quarta-feira, 4 de maio de 2011

Bomba-relógio


Bomba-relógio

Ela carrega uma bomba relógio
No peito
Ela sabe disso
O médico lhe disse
Foi uma revelação e tanto
Ela ficou em estado de choque
Achou que ia gritar, se debater, se acabar de chorar
Quiçá até se matar
E abreviar esse sofrimento
De andar com uma bomba relógio
Mas não
Ela não fez nada disso
Ficou estática, sem ação
Sem acreditar
E depois foi viver a vida
Ou o pouco de vida que lhe resta
E sequer sabe o quanto é esse pouco
Dez anos ?
Vinte ?
Cinco ?
Vinte e cinco ?
Ela não sabe
Ninguém sabe
O médico não sabe
É uma incógnita
E agora ?
Como viver ?
Como se fosse o último dia ?
De forma inconsequente ?
Intensa ?
Se entrega ao amor ?
E deixa alguém sofrendo por ela
Quando se for ?
Ou se privar do amor
E da dor ?
Viver pensando na morte
Que está a lhe espreitar ?
Ou morrer pensando na vida
Que poderia ter sido e não foi?
Ela carrega uma bomba relógio
No peito
E agora,
O que fazer da vida ?

[Mente Hiperativa]

3 comentários:

  1. Talvez ela agora viva como realmente deveria viver e não viveu. Talvez agora ela sinta pela primeira vez uma sensação de liberdade com nunca imaginaria ser capaz!! Talvez agora que ela tem consciência da situação, ela morra satisfeita, pois ao saber que está perto do fim a sua imaginação a levou a um estimulante recomeço, ela se recondicionou a escrever um novo fim. Se for inevitável tente por ela, não transforma o ambiente num sacórfago.

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  2. Viver da melhor maneira possível, na realidade como deveríamos viver, sempre achando que hoje pode ser p último dia de nossas vidas.

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