Não foi do dia pra noite que o seu amor naufragou, mas apenas agora seus olhos percebiam o tamanho do desastre e pensavam, esperançosos, se ainda havia jeito de resgatar aquele sentimento que os unira há tantos anos. Apenas depois que o filho casou e saiu de casa foi que ele se deu conta do imenso vazio que habitava sua sua vida, especificamente do abismo que o separava da esposa. Talvez não tenha percebido antes porque ela era também mãe, além de esposa. E agora era o quê?
Cansado do eterno clima fúnebre que tomava conta de sua casa e vida, resolveu tomar uma atitude, chamou a esposa para um jantar romântico num restaurante fino recém-inaugurado na cidade. Diante do convite ela manifestou surpresa e encanto num só rosto, e ele se animou com isso, afinal ela parecia ter gostado da idéia. O jantar foi agradável, a companhia foi interessante, lembrava um pouco a moça que conhecera alguns anos atrás e levara ao altar, jurando amá-la na pobreza e na riqueza, na saúde e na doença... E ambos permaneciam ricos e saudáveis, diga-se de passagem.
Depois do jantar foram para um motel, tomaram alguns drinks para esquecer a crise, numa tentativa desesperada de libertar os desejos que outrora eram tão espontâneos, no tempo de recém-casados, e que hoje deviam estar confinados em algum lugar da mente onde se guardam as velhas lembranças. E como num resgate do tempo, logo os dois corpos se confundiam debaixo dos lençóis de cetim, tentando tornar-se somente um.
Ele acariciou todo o corpo da esposa tentando reconhecê-la, beijou-a com entusiasmo para reacender o fervor que parecia apagado pelo tempo, e cheirou cada dobra de sua pele tentando resgatar o cheiro daquela paixão, sem saber que até mesmo os cheiros envelhecem.
A noite foi longa e a lua não pôde espiar o que aconteceu por detrás das cortinas daquele quarto, mas o sol enfim raiou e trouxe consigo uma enorme ressaca àqueles dois que ainda repousavam sob a proteção dos lençóis acetinados. Acordaram e olharam-se como dois estranhos se olham depois de uma noite de álcool e sexo.
[Mente Hiperativa]
OI,MH!Estranho isso né, como com o passar do tempo e a convivÊncia as pessoas parecem que morrem uma para outra o amor morre, a amizade morre, parecem dois estranhos que apenas moram juntos e nem sabe mais porque.
ResponderExcluirBeijosss
ainda bem q ao menos teve sexo...já eh um grande avanço
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk