A sua mãe, coitada, sofria pelo filho, aliás, todo mundo que gostava dele se preocupava com o seu futuro, ou melhor dizendo, com a falta dele. Que futuro? Que profissão? Que carreira? Que relação? Que qualquer coisa? O garoto não tinha raízes, somente copa, que crescia e crescia para os lados, se ramificava, sempre com novos ramosomos s. Mas e os frutos? Quando apareceriam os frutos? Uma árvore sem raíz não bota frutos... E o que somos nós sem os nossos frutos? Somos secos, inférteis, sem legado, sem memória, sem infinitude. Nós sem os frutos somos finitos, de uma vida curta e vaga, e nada fica das nossas múltiplas experiências, o que fica é a nossa profundidade, nosso empenho, nosso laço... O que fica são as raízes.
Moacir não queria ter que escolher, fugia disso, ignorava tudo, era lúdico pois de certa forma estacionou na infância, queria alguém que fizesse as escolhas por ele, que o protegesse dos perigos da vida, que assumisse os riscos e prejuízos.
Justiça seja feita Moacir bem que tentava, às vezes, enraizar-se porém logo recolhia as raizes pra mais uma viagem, um subterfúgio, cheio de motivos aparentemente justificáveis, pelo menos pra ele. E o tempo ia passando... E aquele menino tornava-se um homem, e seus amigos homens com uma história de vida, e ele com muitas, curtas e desconectadas. Assim era Moacir. Onde será que ele vai estar amanhã?
Alemanha, Japão, República Tcheca, Egito? Será que ele chega em algum lugar?
[Mente Hiperativa]
Existem muitos Moacir nessa vida que esquecem na sua ansiedade de viver que precisam fincar raizes para poder se aprofundar naquilo que busca para daí sim buscar novas alternativa deixando seu fruto crescendo naquela que ficou.
ResponderExcluirBoa abordagem.
Abs