quinta-feira, 15 de março de 2012

Cyberhumano


Cyberhumano

Por um corpo computadorizado
Telas a ostentar um sorriso eterno
O facebook, mundo de mentirinha
(Aparente) felicidade a todo instante

Quero teclados no meu corpo
Pra escreverem em mim
Com seus dedos e letras
Com seus sentimento e desejos

Quero um HD potente, memória
Pra não me esquecer de nada
Nem das datas, nem dos fatos
Me lembrarei de tudo, em detalhes

Trocar os nervos e vasos por circuitos
Não sentir for, nem amor, nem calor
Serei um mero transmissor de informações
O que deve ser bem melhor, convenhamos

Sem sexo, sem nome, sem cor, nem emprego
Ser uma máquina, de ferro, de aço, silício e silêncio
Alheio ao mundo e às pessoas, assim serei eu
Um quase-humano, em meio a tantos transitores

Um modem pra me conectar com o mundo a fora
Fluxo eterno de informações, infinito, ao meu dispor
Espero encontrar o mundo, os mundos, sair daqui
Viajar, navegar, conhecer, expandir, me perder...

Touch, mouse, bluetooth, caixa de som, microfone
Webcam pra enxergar o mundo lá fora, mas pra quê?
Luzes de neon só pra manter o visual transado da moda
Cooler pra não derreter, não entrar em colapso total

Não desejo ser de carne, nem de pensamentos, não
Prefiro ser uma máquina, que tem que pensar em nada
Que não amadurece, nem se preocupa, nem se estressa
Por favor não esqueçam de desligar a tomada ao sair

[Mente Hiperativa]

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A parte da felicidade momentânea do facebook concordo. As pessoas que desperdiçam tempo nestas redes sociais, na verdade, pessoas sozinhas tristes acoplando suas fantasias, negando a realidade num mundo de mentirinhas virtual. Não são tão hábil com as palavras nos comentários, mas acho que vc me entende.

    Texto excelente. Quem dera mais pessoas leiam o que você escreve

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